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Ondas Quânticas


Ondas Quânticas
André Carneiro 

O universo só existe quando observo.
Lento vôo da asa,
teu andar de praia,
a nuvem gorda de
água desaparecem
se eu falho.
Penso, alto atravessa
e molda um fato.
O espelho me inventa,
a ruga não sou eu quem traço.
Comprimo o corpo de átomos entro nos túneis de mundo
e passo.
Você sorri,
não acredita no inseto dourado quando eu pouso na face.
Energias quânticas modelam seios e braços. Retrato não reconheço, linhas do rosto,
corpo e vontade desmancho, teço de novo, sou co-autor sem nenhum quadro. 
 
Explico o momento,
a nave tomba,
gotas translúcidas
giram prótons e nêutrons neste céu de maio. 
 
Sorriso de cinema vale
vinte e quatro passos
por segundo, o planeta gira completamente tonto. Dentro deste verso
sua boca muda,
deslizo de skate
no suave das nádegas, aqueço veias
no ouro caminho do ventre.
A pequena morte pulveriza meu corpo imortal,
o beijo solda lábios,
só a memória falece. 


fonte: AQUI