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FÍSICA FORENSE

As técnicas periciais utilizadas pela polícia têm ganhado destaque nas manchetes dos principais jornais do país tanto quanto os crimes que elas ajudam a esclarecer. Graças a essas técnicas, foi possível reconstituir com precisão os detalhes envolvidos na morte da menina Isabela Nardoni, lançada do sexto andar de um prédio em São Paulo, no dia 29 de março deste ano, ou ainda determinar como teria ocorrido o assassinato dos três jovens do Morro da Providência, no Rio de Janeiro, executados, no dia 14 de junho, por traficantes de uma comunidade vizinha.

Quem acompanhou pela imprensa as investigações dos dois crimes pôde saber que a atividade dos peritos foi decisiva para determinar de quem eram as pegadas e vestígios encontrados no apartamento da família Nardoni, ou o que ocorreu exatamente nas cenas dos crimes.

Envolvendo conhecimentos de engenharia, física, química, biologia e até contabilidade, a atividade pericial faz uso de especialistas de muitos campos da ciência para trabalhar na área forense. Boa parte desses profissionais, os chamados peritos criminais, são físicos, que aplicam, na rotina do trabalho, o profundo conhecimento do método científico adquirido em sua formação, e também os princípios e teorias que explicam o amplo campo dos fenômenos físicos.

Conceitos de mecânica, termologia, acústica e óptica são utilizados pela física aplicada no interesse da criminalística, ou simplesmente física forense, para ajudar a esclarecer uma possível ação criminosa relacionada a acidentes de trânsito, disparos por arma de fogo, autenticidade de documentos e identificação de pessoas. Utilizando muitas vezes técnicas sofisticadas, como a espectroscopia e a microscopia eletrônica, as tarefas de rotina de um físico forense envolvem análises de fragmentos e objetos encontrados em locais de morte violenta ou colisão de veículos, análise de projéteis e de sua trajetória, estudos de possíveis posições da vítima no momento do crime, ou ainda exame de documentos ou de grafia e voz para identificação de suspeitos.

No Rio de Janeiro, o Instituto de Criminalística  ligado à Secretaria de Segurança Pública do Estado, e responsável pela emissão de cerca de 25 mil laudos técnicos por ano, estruturou a atividade pericial em oito áreas técnicas, quatro delas (perícia de locais e veículos, perícias de documentos, perícias de áudio e vídeo, perícias de armas de fogo) empregando uma grande quantidade de especialistas em física.

O laboratório de Balística do ICCE, que realiza cerca de 7 mil perícias por ano em projéteis disparados por arma de fogo. Doutora em física na área de óptica e espectroscopia, Porto Carreiro é também especialista em microscopia eletrônica de varredura (MEV), e utiliza a técnica para analisar o tipo e o calibre da arma utilizada, a partir do formato e tamanho das partículas e resíduos emitidos durante o disparo. A formação em MEV foi obtida no Programa Rede Pólvora do CNPq/MCT, criado em 2003 para estimular a colaboração entre a área acadêmica e os profissionais em perícia, na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e metodologias a serem introduzidas no ambiente forense.

A alta tecnologia incorporada nos Institutos de Criminalística aumenta a confiabilidade do serviço prestado, mas também requer melhor capacitação, treinamento constante do profissional, eficientes sistemas de avaliação da qualidade dos resultados gerados pelos equipamentos e instrumentos para a certificação profissional e acreditação da instituição.

Técnicas sofisticadas são usadas, como a espectroscopia e a microscopia eletrônica, as tarefas de rotina de um físico forense envolvem análises de fragmentos e objetos encontrados em locais de morte violenta ou colisão de veículos, análise de projéteis e de sua trajetória, estudos de possíveis posições da vítima no momento do crime, ou ainda exame de documentos ou de grafia e voz para identificação de suspeitos.